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À espera do 4º filho, Marina conta como a enfermeira mudou sua experiência com a gestação

Mié, 09/10/2019 - 15:52
À espera do 4º filho, Marina conta como a enfermeira mudou sua experiência com a gestação

Em uma casa simples, com roupas penduradas na entrada, brinquedos espalhados pelo chão e uma madeira improvisada que ajudava a família a não pisar na lama que se formava por causa da chuva, mora Marina*, com sua mãe e três filhos.

Do lado de fora, era possível escutar vozes de crianças como melodias que soavam para a rua — eram as filhas de Marina brincando. A casa, localizada em Itaporanga D’Ajuda (SE), retrata a simplicidade e também a união da família, que agora comemora a chegada de mais uma criança. Marina está grávida do 4º filho.

A avó, que auxiliava no almoço das netas, já havia preparado um suco de beterraba para a filha que está abaixo do peso. O cuidado e carinho de Elizabeth* pelos netos é admirável.

Mesmo com tanto carinho e amor, Marina confessa ter ficado surpresa com a gestação e conta que não a planejou, inclusive, mensalmente tomava injeções para prevenir. Ao ser questionada, a jovem de 21 anos relata sentir muitas dores, causadas por algumas complicações: assim que ela descobriu a gravidez, descobriu também que estava com infecção urinária e sífilis.

Com 35 semanas, a gestante já realizou 10 consultas pré-natais, número que representa uma boa assistência durante a gravidez. A enfermeira Adiranir acompanha de perto a gestação de Marina e, muitas vezes, faz o ‘impossível’ para que a jovem tenha toda a assistência necessária, inclusive, pressionar a secretaria de saúde e médicos para realizarem os exames solicitados.

Com o auxílio da enfermeira, a jovem já fez todo o tratamento necessário para conter a infecção urinária e a sífilis. O objetivo foi tentar ao máximo evitar que a doença pudesse ser transmitida para o bebê. Atualmente, ela prossegue tomando vitaminas, devido ao baixo peso.

“Devido a situação e as condições da gestação, eu tenho sido chata por causa da Marina, porque eu sempre tenho que ficar pedindo para algum médico dar assistência para ela”, afirma a enfermeira.

“Se não fosse ela, eu não teria realizado nenhum exame”, completa Marina, que também relata estar tendo uma gravidez totalmente diferente das demais.

Elizabeth confessa que a filha não fez o pré-natal em nenhuma das três gestações anteriores e conta que a enfermeira foi um dos grandes motivos para Marina realizar o acompanhamento nesta. A avó também relata ser mais rígida com a chegada do quarto neto.

“Desse eu estou puxando o saco dela, o que eu não fazia eu estou fazendo. Antes ela que se virasse, ela pedia alguma coisa eu respondia ‘vá e cozinhe’. Agora, quando ela sente o cheiro de algo, já está no fogo. Vó fica besta depois de velha né? Eu fui ficando besta com o Arthur*”, brinca Elizabeth ao revelar o nome do bebê.

“O acompanhamento dela está bem completo. Ela não pulou nenhum agendamento. Todas as consultas agendadas ela compareceu e isso facilita bastante, pois não atrasa o pré-natal”, ressalta Adiranir orgulhosa ao ver o progresso da gestante.

Atualmente, Marina deseja que Arthur venha com muita saúde e diz que amor ele terá de sobra. Entretanto, confessa que está com medo do parto e de Arthur não sobreviver por causa dos problemas que teve durante a gravidez, mas afirma estar mais segura com a assistência que está recebendo. Conta, inclusive, que Adiranir também acompanhou todo o tratamento da doença e só não estava presente na última injeção.

“Eu queria ter certeza que ela estava tomando. A última eu não fui pois não estava no posto, mas mesmo assim eu deixei na mão de um enfermeiro que eu sabia que faria a mesma coisa”, completa a profissional.

Já Elizabeth deseja o melhor tanto para o neto quanto para a filha: “Eu espero o melhor, porque Marina antes era cabeça avoada, hoje ela está mais focada, não sei se são os puxões que Adiranir está dando nela. Desejo que coloque a cabeça no lugar e seja centrada a partir de hoje”, conta a avó, com sorriso no rosto, ao ir pegar o suco de beterraba para a filha tomar. 

Adiranir é uma das profissionais de saúde capacitada pela Fundação Abrinq, por meio do Programa Mortalidade Zero, que tem como objetivo reduzir a mortalidade infantil em Itaporanga D’Ajuda e São Cristóvão, em Sergipe, devido ao alto índice da região. Os treinamentos visam orientar os profissionais da saúde para priorizarem os atendimentos às gestantes e puérperas, especialmente em casos como o pré-natal. 

Clique aqui e entenda a importância do pré-natal para a saúde da gestante e do bebê.

*Nomes fictícios para preservar a identidade dos envolvidos.