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Violência contra crianças e adolescentes segue em níveis preocupantes no Brasil

29/04/2025
Violência contra crianças e adolescentes segue em níveis preocupantes no Brasil

O Brasil ainda enfrenta um cenário alarmante de violência letal que atinge milhares de crianças e adolescentes todos os anos. De acordo com os dados mais recentes do Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2025, elaborados a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), mais de 45,7 mil mortes por homicídio foram notificadas no país em 2023. Destas, 5.277 vítimas tinham entre 0 e 19 anos de idade — ou seja, uma média de 14 crianças e adolescentes mortos por dia.

Apesar de representar uma queda proporcional em relação aos anos anteriores, o número absoluto de jovens assassinados continua inaceitável. Em 2015, por exemplo, as vítimas de até 19 anos representavam 18,5% dos homicídios no Brasil, totalizando 10.956 mortes naquele ano.

A análise etária mostra que a maior parte dessas vítimas são adolescentes de 15 a 19 anos, que concentram 90,3% dos homicídios. Já os adolescentes de 10 a 14 anos representam 5,3% dos casos, enquanto as crianças de 0 a 9 anos somam 4,4%. Esses números indicam que a infância e a adolescência brasileiras — especialmente em contextos de vulnerabilidade — ainda enfrentam altos níveis de risco e exposição à violência extrema.

Violência no Brasil

Além da tragédia da perda precoce de vidas, a presença constante da violência no cotidiano de crianças e adolescentes provoca impactos profundos e duradouros no seu desenvolvimento físico, emocional e social. A vivência ou testemunho de atos violentos pode desencadear traumas psicológicos, afetar o desempenho escolar, comprometer a saúde mental e inibir o desenvolvimento de habilidades importantes para a vida em sociedade.

Como exemplo, é possível dizer que o medo e a insegurança gerados pela exposição à violência urbana contribuem para quadros de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático em crianças e adolescentes. O ambiente hostil também reduz oportunidades de lazer, convivência comunitária e mobilidade — elementos fundamentais para o crescimento saudável e o fortalecimento de vínculos afetivos e sociais.

Além disso, adolescentes que vivem em territórios com altos índices de violência têm menos acesso a políticas públicas de qualidade, como educação, saúde, esporte e cultura, o que amplia o ciclo de exclusão social. Sem perspectivas concretas para o futuro e com seus direitos violados, muitos acabam sendo alvos para perpetuar o ciclo da violência.

Diante desse cenário, é necessário que a sociedade e o poder público atuem de forma articulada para prevenir a violência contra crianças e adolescentes e garantir sua proteção integral. Isso inclui o fortalecimento das políticas públicas de segurança, mas, sobretudo, o investimento em educação de qualidade, inclusão social, geração de oportunidades, apoio às famílias e ampliação da rede de proteção nos territórios mais vulneráveis.

A atuação da Fundação Abrinq

A Fundação Abrinq atua há mais de três décadas para garantir os direitos de crianças e adolescentes em todo o país. Por meio de projetos e programas nas áreas da Saúde, Educação e Proteção, a organização apoia iniciativas locais, fortalece a rede de proteção e promove o desenvolvimento integral de meninas e meninos que vivem em situação de vulnerabilidade social.

Nenhuma criança deveria ter sua infância interrompida pela violência. Com o apoio de pessoas como você, é possível mudar realidades, proteger vidas e construir um futuro melhor para quem mais precisa.

Clique aqui e faça uma doação.

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