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Aos 12 anos, Laura se recupera dos traumas que viveu na infância

24/10/2022
Aos 12 anos, Laura se recupera dos traumas que viveu na infância

A Fundação Abrinq, por meio do Programa Nossas Crianças, assessora técnica e financeiramente organizações da sociedade civil que atendem diretamente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Como é o caso da Laura*.

Aos 6 anos, Laura morava com sua mãe e suas duas irmãs mais novas no Espírito Santo. No entanto, sua vida começou a mudar no dia em que seu pai cometeu suicídio. A tragédia impactou toda a família.

Depois de um tempo, a mãe de Laura se envolveu em uma nova relação. Porém, descobriu, da pior maneira possível, que seu companheiro era abusivo e violento. As crianças presenciaram, por diversas vezes, sua mãe sofrer agressões físicas e psicológicas cometidas pelo padrasto.

Nessa época, Laura começou a ficar cada vez mais introspectiva e com receio de interagir com outras pessoas.

Sua história tornou-se ainda mais triste quando, aos 9 anos de idade, sofreu abuso sexual cometido por um tio, integrante da família do pai. A mãe a acolheu após entender a denúncia da filha, mas a avó paterna não acreditou no ocorrido e, para defender o próprio filho, expulsou a mãe e as crianças de casa.

Após o episódio, ambas se mudaram para o município de Mucuri, na Bahia. Sem condições de levar as filhas mais novas, deixou-as com a avó materna.

Desestabilizada emocionalmente, a mãe de Laura procurou assistência psicológica para a filha no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que foi encaminhada à Associação Comunitária Golfinho — instituição que recebe apoio da Fundação Abrinq.

No início do atendimento psicopedagógico, Laura dizia, com frequência, que não gostava de morar na cidade, não tinha amigos e nem gostava de estar entre muitas pessoas. Chegou a dizer, inclusive, que gostaria de seguir o exemplo do pai e cometer suicídio.

“Ela é bem introspectiva. Tinha o olhar baixo, desconfiança e quase nenhuma interação com as pessoas. Quando chegou, não tinha interesse em brincar. Também apresentava dificuldade para dormir e medo do escuro. Sua mãe precisava, por diversas vezes, insistir para que ela tomasse banho e se cuidasse. Ela apresentava sinais claros da ausência de autocuidado e autoestima baixa”, explica Jennifer Lobemwein, psicóloga da associação.

No começo, Laura não aceitava muito bem o acolhimento da instituição, mas com o passar do tempo e por meio das abordagens realizadas pela psicóloga, que envolviam desenhos, jogos e outras atividades lúdicas, ela passou a sentir-se um pouco mais à vontade para participar dos atendimentos.

Durante o processo de acolhimento de Laura, suas irmãs foram morar com a família em Mucuri e também passaram a ser atendidas pela associação.

Com a pandemia, as sessões de acompanhamento psicológico ficaram mais frequentes, uma vez que eram realizadas online. No entanto, voltaram ao modelo presencial logo que a instituição pôde retomar suas atividades normalmente. Laura continuou apresentando dificuldades para conviver em determinadas situações sociais e, dessa forma, continuou trabalhando isso nos atendimentos.

O avanço dela começou a ser perceptível pelos desenhos que faz: “Ela consegue se expressar mais com desenhos e jogos. Notamos um avanço no último ano. No começo, eu tinha que pedir para ela fazer um desenho, hoje, ela vem me procurar para mostrar os desenhos que faz. A qualidade deles melhorou muito”, afirma Jennifer.

Aos 12 anos, Laura se recupera dos traumas que viveu na infância


Atualmente, com 12 anos e um novo irmão, a adolescente se sente menos triste e deslocada em Mucuri, graças à ajuda do trabalho de acolhimento e atenção especializada que recebe da organização, apoiada pela Fundação Abrinq. Jennifer, psicóloga que acompanhou seu caso desde o início, também observa que ela está mais aberta e comunicativa.

Tanto filha quanto mãe possuem, agora, a chance de escreverem juntas uma nova história.

Você pode ajudar a Fundação Abrinq a mudar outras histórias como a de Laura. Seja um doador e faça a diferença para milhares de crianças e adolescentes!

*Nome e imagem fictícios para preservar a identidade da adolescente.

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