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Uma criança não pode deixar de ir à escola porque não tem sapato

17/11/2017
Uma criança não pode deixar de ir à escola porque não tem sapato

Na vida dos professores, há sempre alunos que marcam sua trajetória. Para Bernadete* - professora de Educação Infantil de uma das creches beneficiadas pela Fundação Abrinq no interior do Mato Grosso -, Sandra* é uma destas crianças.

Todos os dias, a menina de apenas dois anos chega suja na escola, com o cabelo sem pentear, roupas rasgadas e sem fraldas. A primeira coisa que Bernadete faz é dar banho em Sandra, para que elas comecem o dia bem!

“Já tentei saber o que acontece na casa dela... conversei com o pai e com a mãe. Inclusive, vou visitar a Sandra aos finais de semana, para brincar com ela e me aproximar da família, tentar orientar”, conta a educadora que se encantou com a menina. “Uma vez, ela faltou durante três dias. Liguei para saber se estava doente. A mãe me contou que o chinelo dela tinha arrebentado e, por isso, ela não estava indo para creche. Mais do que de pressa, todo mundo aqui se uniu e comprou um chinelo para Sandra. Uma criança não pode deixar de ir à escola porque não tem sapato...”, a professora se emociona ao contar.

Bernadete conta também que além da carência de higiene, a menina não sabia o que era abraçar. “Ela não gostava, se repelia... foi difícil conquistar sua confiança. Mas com paciência e muito cuidado, Sandra passou a me abraçar todos os dias. Ela também passou a interagir com as outras crianças. É uma verdadeira vitória!”, completa.

Mesmo com tantas dificuldades, Bernadete não desiste de envolver e sensibilizar a família de Sandra. “Em uma das formações da Fundação Abrinq, o tema foi a participação familiar na educação das crianças. Como professora, eu acredito nisso e não vou desistir”, enfatiza a professora que sonha com o dia em que Sandra vai chegar sorridente e bem cuidada na creche.

História real. Depoimentos capturados durante acompanhamento do Projeto Jeitos de Aprender, que conta com patrocínio da COFCO BRASIL.

* A Fundação Abrinq utiliza nomes e imagens fictícias para proteger a identidade das crianças e adultos.

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